domingo, 7 de novembro de 2010

Lula quer aparecer?

Ouvi Cristiana Lobo, na Globonews, dizendo que prevê um grande número de entrevistas do presidente Lula nesta semana em função de um sentimento de melancolia pelo fim do seu mandato.

Não conheço o presidente. Não posso afirmar ou negar que isso seja verdade. A única coisa que posso avaliar é que quanto mais o presidente aparece, menos especulações são feitas na mídia com relação à montagem de governo liderada por Dilma - que brotaram nos primeiros dois dias da semana passada.

O presidente consegue garantir um clima de transição relativamente tranquilo ao pautar a agenda política do país com as tarefas de final de governo.

O que há em comum entre as crises americana e européia?

Vendo um debate na Globonews sobre a política americana, ouvi um comentário interessante de um embaixador cujo nome, infelizmente, me esqueci: a atual crise envolve também uma sensação de declínio relativo do poder político americano.


Para além das evidentes relações econômicas, que unem a crise em ambos os lados do Atlântico Norte, me parece também que esses dois centros políticos compartilham o referido sentimento. A Europa já vivenciou sentimento semelhante após a Segunda Guerra Mundial, mas soube superá-lo por meio de um projeto de integração econômica e política que ocupou sua agenda até recentemente.

Qual projeto pode unir os grupos políticos de Europa e EUA hoje? O que almejam esses Estados? Onde pretendem estar daqui a cinquenta anos? A crise da UE e o declínio relativo do poder americano tornam essa questão um ponto central na agenda política do Atlântico Norte nos próximos anos.

O poder econômico e militar dos EUA ainda é muito superior ao de qualquer outro país, no entanto o declínio relativo bota em xeque o papel que essa superioridade declinante poderá ter no futuro.